domingo, agosto 26, 2007

Trovoada de Verão

Um despertar de emoções...





Tal como esta fabulosa trovoada de Verão, que veio interromper os meus sonhos, assim regresso de novo às Imagens após uma ausência muito prolongada.

Novos posts virão, novas novidades, tudo isto para daqui a umas semanitas, já para o próximo mês de Setembro.

Até lá, despeço-me e fujo de mansinho tal como esta chuva, que veio trazer de novo esse cheiro intenso e maravilhoso a Terra...

segunda-feira, junho 25, 2007

Há Vida em Marte!

Pois é... Não se iludam com o título deste post, pois apesar de até ser uma questão válida, confirmar ou não a existência de vida em Marte, seja ela sob que forma, não é sobre isso que irei falar.

Até na Terra, podemos encontrar pequenos Martes, pequenos sitios que são autênticos locais completamente alheios a todas as questões e politiquices que por aí andam, fazendo as delicias daqueles que se dizem ser terráqueos.

Ora, hoje estou num desses sitios, num local onde me sinto um extraterrestre, um verdadeiro estranho olhando lá do alto para uma maré de seres correndo azafamados nas suas vidas diárias, na sua quota parte das politiquices que gerem esta Terra. Ao meu redor, um mar verde enche o olhar, enche os sonhos e as esperanças, inunda o horizonte com suspiros e histórias de vidas, de seres alheios a tudo que se vai passando lá em baixo na Terra...



Por vezes, estes pequenos momentos enchem o nosso peito com sentimentos estranhos, com sentidos envoltos numa guerra estranha, despertando-os para uma manhã inundada de novos mundos, espraindo-se aos nossos pés...

Pois é, que sensação maravilhosa, deixar de ser terráqueo por breves momentos, e ser vento desta maré que vai soprando aos nossos ouvidos com histórias e lendas de outros mundos, outros seres, também eles vivos, oriundos de tantos Martes espalhados por essa Terra fora...

É bom, ser extraterrestre nesta Terra...

domingo, junho 03, 2007

O Mundo e Nós...

"Estamos ouvindo ou não ou ouvindo em inatenta atenção

e vemos e não vemos o puro frémito de um acorde terrestre

porque a pura sintonia não requer delimitações

mas só a vaga disposição a leveza de um olhar que se espraia

[livremente

e bebe não o que vê mas o que atravessa o vísivel

e não sendo sequer um sinal é a vibração do ser intacto

Nunca o bafo do mundo é tão puro como num bosque

por isso o escolhemos para colocar a nossa frágil mesa

sobre a sua areia vermelha sob a sua folhagem de uma placidez azul

[e fresca

Os amigos dirão palavras simples mas todas terão o timbre de uma

[fábula fiel

a graciosa matéria do encontro ao nível da fertilidade aérea

As árvores suscitam os enlaces o voo imóvel as raízes verdes

e tudo isso vive no diálogo com uma inflexão que nos impele para a

[coroa aérea

onde o pólen se condensa a respiração se eleva

para coincidir em livre latitude com a leve integridade

que não tendo nome é a vibração da sua iminência e já o seu puro

[ardor"



António Ramos Rosa

16 de Fevereiro de 1993

in O Alvor do Mundo, edições quasi