terça-feira, outubro 31, 2006

Véspera de Feriado?

Hummm.... É véspera de feriado, foi um dia muito enfadonho, cinzento... Não tem ajudado os meus horários completamente desvairados, isto parece aqueles conselhos antigos, 'Cedo erguer e cedo deitar, dá saude e faz crescer...' ou será outra coisa do género? Nunca fui bom em ditados populares, quanto mais provérbios e afins. Tenho uma amiga que é muito dada a isso: imaginem falar com alguém, e nós uns perfeitos «nabos» na matéria, que nos responde através de adivinhas usando provérbios e ditados... Acreditem, é um Inferno autêntico! Mais ainda quando realmente estamos interessados em tentar desvendar o que a outra pessoa nos disse; para quem gosta de uma boa conversa, e tenta dizer algo de substantivo, sem metáforas ou analogias que atrapalhem o caminho, é exactamente o oposto ao tão apregoado «código postal», acabamos por ficar com cara de estúpido, ao mesmo tempo puxamos pela cabeça para tentar desvendar o enigma e finalmente ainda nos sentimos pior para não tentar mostrá-lo à outra pessoa... Devería existir um «código postal» nas conversas entre as pessoas... Nunca percebi bem os jogos que se fazem entre uns e outros... Porque não dizer exactamente o que se pensa? O que se quer? Claro que um pouco de respeito por nós próprios e pelo outro se impõe. Imaginem, chegar ao pé de alguém e dizer abertamente: «Olhe, acho-o extremamente irritante!» ou algo do género; isto traz a questão das «mentiras inocentes» uma espécie de clemência entre as pessoas. Quanto aos horários, acreditem, andar com os horários tão trocados, não faz bem... Claro que não estou a dizer a ninguém para se deitar e levantar com as galinhas, mas a não ser que sejam obrigados a isso por motivos profissionais, não o façam... Hoje foi um exemplo clássico de desperdício de tempo para mim: acordar tarde, não ter vontade de levantar, acabar por dormir mais e quando damos por isso já se foi o dia; se fosse uma vez única, enfim, mas quando se começa a transformar isto em rotina diária, quando aquela centelha nos dá vontade de mexer só aparece à noite, então é um sinal de que algo está errado. Parece que não, mas o nosso corpo precisa do dia... Acreditem, já trabalhei de noite e aquilo que sentia mais falta era do dia. Por uns tempos, ainda conseguimos levar por diante as coisas, até que é giro, acordar tarde, não ter que levar com aquele caos do trânsito de manhã, mas ao fim de um tempo o corpo ressente-se, mais ainda quando se tem uma personalidade que gosta de andar na rua, ao ar livre, como eu... Enfim, um dia para esquecer, não fosse este pequeno momento de «confissão» e sentia que o dia tinha ido para o galheto, e sejamos sinceros, quando se têm os dias contados à face deste pequenino mundo, então todos os segundos são preciosos. À que experimentar todos os pequenos prazeres deste mundo, mas meus amigos, não exagerem na dose, pois como se diz e bem, tudo que é em excesso é mau... Vou acabar com mais uma foto, hoje para ser saudosista, ao mesmo tempo para me fazer recordar a mim mesmo daquilo que perdi ao ficar um dia inteiro fechado em casa, finalmente para vos dar a conhecer a minha terra natal, amanhã será diferente...
Vila de Coruche, vista tirada a partir do castelo, actualmente uma Igreja

Dia 1...

Bem, que posso dizer para o primeiro dia? Acho que antes de tudo se pede um BEM-VINDOS! Obviamente que dirigido a todos que queiram comigo, e todos os demais, partilhar este pequeno cantinho de inconfidências... Para quem me conhece, isto será uma novidade, ler algo escrito por mim num local como este; desde há uns anos atrás que comecei a enveredar pelos caminhos da caneta, para meu prazer, pois apesar de actualmente ser quase visto como um «cliché» a escrita traz primeiro que tudo satisfação a nós próprios, depois aliado ao medo da crítica vem o desejo de partilhar com alguém aquela idéia que a nós tanto disse... Mas que tem isto a ver com escrever um blog? Bem, primeiro que tudo é o «meio» usado para o fazer. Nunca antes senti à vontade para escrever nestas maquinetas impessoais que são os computadores... Ahhhh, o prazer de deixar a caneta voar no papél, deixar a escrita fluir, nada como isso! Aqui tenho que estar sempre a ver onde ponho os dedos... Tira o prazer todo... Segundo, a idéia de que terei algo «interessante» a querer partilhar com outros, é definitivamente, um desafio. Acima de tudo é a idéia da já falada crítica, do receio em ver visto e revisto aquilo que a nós parece uma obra-prima, mas que nem sempre o pode ser... O objectivo, é claro: tentar escrever aqueles pequenos pensamentos que vêm à cabeça, aliando três coisas que adoro fazer: fotografar, desenhar e viajar. Que melhor? Tudo junto num pacote bem embrulhado, com lacinho a condizer... Espero que se sintam à vontade para colocar o que queiram: pensamentos, críticas, perguntas, debates, fotos, desenhos, poemas, textos que queiram partilhar, enfim, penso que já dá para ter uma idéia daquilo que pretendo criar... Acima de tudo, um local de livre conversa, debate, onde exista apoio, incentivo e partilha... Vou deixar este epílogo com um pequeno poema que escrevi, aliado à imagem que lhe deu origem...
Praia da Consolação, Peniche
«Grãos de vida soltam-se pelo ar... Espuma, branca como a almofada que deus nos deu para sonhar... Vento, lufada de ar, brisa de verão, esse respirar que amanhece como as ondas da canção... Cheiros, maresia doce de algodão, sorrisos de chocolate, quente como o verão... Sonhos, ondas de emoção, flutuando no oceano banhando com rebentos a ondulação... Assim é a praia nesse inverno abraçado ao quente do coração...»