quinta-feira, novembro 23, 2006

Adormecer...

Vila de Coruche, Anoitecer...







"Dorme meu menino a estrela d'alva

Já a procurei e não a vi

Se ela não vier de madrugada

Outra que eu souber será p'ra ti



Outra que eu souber na noite escura

Sobre o teu sorriso de encantar

Ouvirás cantando nas alturas

Trovas e cantigas de embalar



Trovas e cantigas muito belas

Afina a garganta meu cantor

Quando a luz se apaga nas janelas

Perde a estrela d'alva o seu fulgor



Perde a estrela d'alva pequenina

Se outra não vier para a render

Dorme qu'inda a noite é uma menina

Deixa-a vir também adormecer"



Canção de Embalar, Zeca Afonso







A música faz sonhar, mas faz também acalmar... Serenar, deixar o nosso corpo lentamente largar todas as tensões de um dia, de uma vida acumulando poeira e sujidade por todos os recôndidos da nossa alma...

Faz lavar o espirito, fá-lo embalar na suave dormência dos sentidos deixando a sua guarda baixar, aos pouquinhos cantando uma suave canção, uma doce melodia que pula pelas mãos da emoção...

Adormecer, mas antes visitar o Universo, pular em cima da almofada das nuvens, sorrir de mão dada com o vento... Adormecer os sentidos, relaxar a alma, deixá-la por momentos encontrar um ninho quentinho onde a capa pesada se solta finalmente, onde por fim consegue falar e sussurar sem ter medo de ousar, sem ter medo de cantar...

Adormecer, encontrar esse mundo nosso, grãos de areia fina indo e vindo, maré moldando uma cama, de penas voando pelas gotas de quem chora para adormecer, de quem por fim regressa a casa, onde choro e sorrisos, são as letras da canção...

Ouvir música e deixarmos-nos conduzir lentamente pelo nosso mundo, ouvindo uma voz doce e suave, que nos embala a mão, que nos enche o coração, quente melancolia sorrindo pelo meio da canção...

Triste sorriso, alegre emoção, assim é a calma de quem adormece embalado por uma voz de paixão...

Pois é, sermos alma e sangue, como dizia a grande poetiza Florbela Espanca, e encontrar isso numa noite de inverno... Terá talvez toda a lógica, procurar o ninho em tempos de desconforto, mas achá-lo envolvente como a chuva que trespassa o céu, como o frio que gela sem piedade, é algo que acontece como magia de verão, quente e doce como o algodão...

A beleza eterna de uma voz quente, embalando o nosso coração, aí reside a recordação, da casa que enche o nosso coração...

Viva a beleza eterna, esse ninho mãe, essa candura e doçura que é sermos embalados por uma voz feminina, por um anjo, quando a dor nos assola o olhar...

Viva esse resplendor eterno da alma, voando alto pela casa infinita que embala o coração, onde achamos a voz da emoção que canta a nossa canção, para adormecer nesse voo de uma vida descobrindo, criando e reluzindo como uma canção... Aconcheguem-se, olhem bem para o alto, e um sorriso irá vos trazer essa doce canção...

7 comentários:

Anónimo disse...

Quando é que há sexo?... Começo a ficar impaciente!...

Anónimo disse...

V.C., veja lá essa escrita e a ortografia, por favor!..."em tempos de sofridão"?
"e um sorriso trará-vos essa doce canção..."? O tempo perdura, como as imagens hic!... mas o álcool está caro, e a vida tem fim, carambaHIC!...
Se cuida!... cumprimentos. Ou serão COMprimentos?...hic!

V.C. disse...

Lamento desiludir, mas não será aqui que encontrarão sexo. Se o querem, têm sempre várias opções:
a. Liguem a TV, hoje em dia deve ser fácil de achar sexo «barato» por lá. Já nem é preciso esperar por muito tarde...
b. Vão ao videoclube e aluguem um filme.
c. Leiam literatura erótica
d. Comprem revistas eróticas
e. Puxem pela cabeça e usem a vossa imaginação (não vou descer mais o nível aqui)
f. Procurem os «profissionais» do ramo, que também têm de viver
g. Procurem na internet, que facilmente acharão qualquer coisa, não é à toa que «sex» é uma das palavras com mais «hits» de busca

Por último, poderão sempre, achar alguém que amem, e façam-no com ela e não com mais alguém.

V.C. disse...

Quanto aos erros no texto, agradeço que os tenham apontado. Foram devidamente corrigidos.

Anónimo disse...

Caro V.C., a questão do sexo tão somente visava provocar uma viragem temática no seu blog, que padece de alguma monotonia suavemente escorreita mas tonitruantemente incómoda...
Mas olhe que a poesia muito deve ao sexo, e à realidade nova de que nos investe, a cada um....
Preferia que tivesse recorrido ao humor, para responder à provocação amigável!
Já agora, conserte mais uma sua gralha:
"como dizia a grande poetiza"...eh eh!
Cumprimentos!

V.C. disse...

Meu caro, se acha incómodos os meus posts, pode sempre deixar de vir aqui. Este sítio, é feito por mim, e pretende reflectir o que penso ou sinto em determinados momentos da minha vida.
Não pretendo justicar absolutamente nada daquilo que sinto ou não. O facto de os considerar incómodos, poderá eventualmente querer dizer algo acerca de si próprio. Pense nisso, se quiser claro, não estou aqui para obrigar ninguém a fazer seja o quer for.
Os meus cumprimentos, V.C.

Anónimo disse...

V.C., por favor não me convide ao afastamento, permita uma leve crítica, não se crispe!... eu falei de uma incomodidade relativa, repare no palavreado!... Não levemos as coisas tão a peito, todos sabem o que é um blog!
Cumprimentos!